Nos anos 20 e 30 do século passado existiu em Setúbal o Orfeão Cetóbriga que, na época, foi considerado um dos melhores agrupamentos do País. A morte prematura da filha do Maestro Rocha Pinto levou ao desaparecimento deste Orfeão.
Várias tentativas se fizeram depois para voltar a dotar Setúbal de um agrupamento polifónico, colocando-se sempre a questão de manter ou não o nome do Cetóbriga. No entendimento de Francisco Fernandes, antigo Presidente da Direção do Cetóbriga, não fazia sentido que o novo agrupamento mantivesse o nome, pois ia herdar uma enorme responsabilidade e sujeitar-se a comparações desnecessárias, sugerindo, então, que qualquer novo agrupamento polifónico criado devia adotar e por direito o nome da maior cantora setubalense, Luísa Todi.
Francisco Fernandes faleceu em 1976 e já não assistiu ao nascimento do Coral Luísa Todi, mas a sua sugestão marcou certamente a história da Instituição, pela responsabilidade de carregar consigo o nome da grande cantora, tendo hoje o Coral um percurso artístico com mais de 50 anos, de que todos nos orgulhamos, e tornando-se num ex-libris cultural da cidade que viu nascer Luísa Todi.
Nota: Esta referência histórica, à origem do nome do Coral Luísa Todi, foi feita pelo Dr. Luís Cabral Adão (*) no discurso de apresentação do Coral à Cidade, no Concerto de estreia, realizado em 30 de julho de 1963 no Cineteatro Luísa Todi.
(*) – Dr. Luís Cabral Adão – médico dentista e grande poeta, natural de Vila Flor mas radicado em Setúbal, a quem se deve a designação do Sado como “Rio Azul”